Após chuvas irregulares e a pior seca da história em 2024, o Brasil inicia uma nova temporada crítica, com destaque para os riscos no Pantanal e impactos no setor energético
O Brasil entra em 2025 sob o risco de uma nova crise hídrica, com quase 2 mil cidades em situação de seca e alerta máximo para o Pantanal, que em 2024 viveu sua pior estiagem desde o início das medições em 1985.
Segundo análise do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), o cenário é preocupante: após a seca severa atingir o Norte do país no último ano, o problema se deslocou para o Centro-Sul, com impactos que devem se intensificar nos próximos meses.
Especialistas explicam que a estação chuvosa, encerrada em março, registrou índices abaixo do esperado em diversas regiões do país, ampliando o déficit hídrico em locais já fragilizados por estiagens passadas.
A bacia do Rio Paraguai, que corta o Pantanal, é hoje a mais afetada e enfrenta níveis de água 40% abaixo da média histórica, de acordo com dados das estações fluviométricas em Ladário e Porto Murtinho (MS). O resultado é uma situação classificada como “extremamente crítica”, com risco de repetição dos grandes incêndios do ano passado.
2024,o ano mais seco para o Pantanal
Em 2024, o Pantanal registrou o segundo ano mais seco desde 1985, com jacarés e outras espécies morrendo por falta de água. Incêndios provocados pela ação humana se espalharam com intensidade inédita, levantando alertas de colapso ecológico.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou a declarar que o bioma poderia desaparecer, caso não fossem adotadas medidas emergenciais. Neste ano, o governo federal decretou emergência ambiental para conter os incêndios, mas o cenário ainda exige vigilância e ação rápida.
Seca pelo Brasil
Além do Pantanal, a estiagem ameaça a região da Bahia, onde pesquisadores identificaram a primeira ocorrência de clima árido no Brasil.
A situação é agravada pelo déficit acumulado desde 2023 e por longos períodos sem chuva, como os mais de 100 dias consecutivos sem precipitações registrados em cidades de Minas Gerais e da própria Bahia.
A crise também atinge o sistema hidrelétrico nacional, com vazões mínimas recordes nos rios Paraguai e Paraná, o que compromete diretamente a geração de energia em usinas como Itaipu. Com a seca se intensificando, o país enfrenta um ano decisivo para mitigar os impactos ambientais, econômicos e sociais da falta d’água.
Com informações do G1