Foto: Romildo de Jesus
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Bahia tem mais de 300 mil empresas em situação de inadimplência

O estado lidera o ranking da região Nordeste. As companhias juntas devem mais de R$4 bilhões e a dívida média é de mais de R$14 mil.

Por Quézia Silva

Se tem uma situação que torna empresas e consumidores próximos é a inadimplência. Desde a compra de produtos e serviços com fornecedores até empréstimos realizados em financeiras e bancos. Esses são alguns dos motivos para que as empresas fiquem com o saldo no vermelho e a Bahia é a Unidade Federativa que bate o recorde na região Nordeste quando o assunto é contas atrasadas.

Dados do Indicador de Inadimplência das Empresas feito pelo Serasa revelam que 1.105.674 negócios no Nordeste estão inadimplentes. Em janeiro deste ano na Bahia cerca de 312.999 companhias estavam devendo. Além disso,  o estado tem 1.864.563 dívidas de empresas. As companhias juntas devem mais de R$4 bilhões e a dívida média por CNPJ custa R$14.902,26.

A nível nacional, o número de empresas inadimplentes chega a 6,7 milhões. O total de dívidas das empresas é de mais de R$127 bilhões. Ainda segundo o Indicador, os setores das empresas negativadas que mais são afetados são o de serviços (54,9%), comércio (36,4%), indústria (7,5%), primário (0,8%) e outros (0,4%).

Para o economista Antônio Carvalho, a inadimplência das empresas indica que a saúde financeira está debilitada. Além disso, ele ressalta que todos que de alguma forma fazem parte da empresa, como trabalhadores, fornecedores e o estado são afetados com a falta de quitação das dívidas.

“A inadimplência é um indicativo claro de risco de descontinuidade (falência), prejuízo para os credores, que deixam de receber seus créditos (receitas) e, se a dívida é tributária, compromete a arrecadação do estado e torna a empresa irregular junto aos organismos estatais. Em situações mais graves como falência, o impedimento de contratar com o estado  ou ser obrigada a reduzir as atividades, resulta em desemprego, desta forma, toda cadeia econômica fica prejudicada”, afirmou.  

Problemas de fluxo de caixa, ou seja, não tem receita para cobrir as despesas, como salários e empréstimos; mudanças no mercado, como aumento da concorrência ou oscilação dos preços da matéria-prima; acúmulo de dívidas; maus pagadores, sejam clientes ou parceiros comerciais e má administração financeira são alguns exemplos que resultam na inadimplência das companhias.

Formado em engenharia química, Carlos Henrique Soares disse que caso o projeto seja aprovado e ele tenha redução de pelo menos 5% na renda financeira, largará o veículo por aplicativo. “Não vai valer a pena, vai gerar mais desemprego e mais dificuldade.  O que precisamos ´´de incentivo”, destacou.

Tribuna da Bahia

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