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Construído com base em experimento feito em Lençóis, sistema orgânico do abacaxi tem produção 35% superior

Construído com base nos experimentos realizados no município de Lençóis, na Chapada Diamantina, o Sistema Orgânico de Produção (SOP) registrou produção 35% superior. Uma pesquisa comprovou que o abacaxi orgânico pode produzir mais do que o convencional com adoção de algumas medidas. No sistema, o cultivo orgânico da fruta teve produção média de 49 toneladas por hectares enquanto o convencional alcançou 36,14 ton/ha, uma diferença de 35%.

Isso foi alcançado com uso de irrigação por microaspersão e parte deste bom resultado é atribuído para a tecnologia, uma vez que, a maioria dos cultivos da fruta no país é em sequeiro. O cultivo foi feito com densidade de 35.712 plantas/ha e espaçamento de plantio de 1,0 m x 0,40 m x 0,40 m, considerando ainda uma perda padrão de 30% de frutos do Pérola em função da fusariose (principal doença da cultura) e da ocorrência de frutos sem valor comercial.

“Agora, em relação à produtividade média na Bahia, de 21,11 t/ha em 2019, alcançamos mais que o dobro. Vale deixar claro que a irrigação influencia nessa diferença, já que a maior parte da produção de abacaxi no País é em sistema de sequeiro. Mesmo assim, é um resultado excelente”, diz o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Tullio Pádua.

Mais de 90% da produção orgânica do abacaxi Pérola foram de frutas consideradas “de primeira”, com peso médio de cerca de dois quilos. No convencional, a produção fica entre 50% e 60% de frutos de primeira. “E no orgânico conseguimos mais de 90% quando cultivado com irrigação por microaspersão”, relata o cientista.

O SOP Abacaxi reúne recomendações técnicas relacionadas a planejamento do pomar, condições de cultivo, cultivares, mudas, escolha do terreno e preparo do solo, plantio, suprimento de nutrientes e de água, manejo de plantas espontâneas, indução floral, manejo de pragas e doenças, colheita e manejo pós-colheita dos frutos, além de custo e rentabilidade.

Sendo amplamente recomendado para a região da Chapada Diamantina, a proposta é que sirva de modelo e possa ser ajustado para outros polos produtivos do País, já que contempla os princípios básicos da produção orgânica. De acordo com a Portaria Nº 52 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nos sistemas orgânicos deve-se priorizar a utilização de material adaptado às condições locais e tolerantes a pragas e doenças, já que não se pode utilizar agrotóxicos nem adubos químicos solúveis.

“No caso do abacaxi, então, já tínhamos uma alternativa, o BRS Imperial, cultivar desenvolvida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, resistente à fusariose. Além disso, a cultivar tem um valor de mercado para o fruto in natura muito elevado e uma aceitação sensorial excelente, por ser muito doce. Ainda tem outro importante diferencial: não contém espinhos nas margens das folhas e na coroa, o que facilita o manejo e reduz custos e risco de acidentes”, salienta o pesquisador.

Já o Pérola, mesmo sendo suscetível à fusariose, foi escolhido por ser a variedade mais consumida em todo o Brasil. “É um material que se adapta a praticamente todas as regiões e condições de cultivo, podendo, assim, vir a ser um componente importante na produção, porque os frutos são de muita qualidade, com bom tamanho e sabor, mesmo em cultivos mais rústicos, com menos tecnologia, menos adubação”, complementa Pádua. Com informações de AgroLink.

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